Marte, o planeta vermelho, desde Floripa

Marte capturado às 23 horas e 49 minutos de 17 de outubro de 2020.

O planeta vermelho está no momento mais próximo da Terra em dois anos. Vejamos:

O “pertinho” se traduz em 63 milhões de quilômetros.

Eu pensava que dificilmente um telescópio pequeno conseguiria algum detalhe do planeta além de uma bolota avermelhada.
Felizmente, estava enganado.

Vejamos o que o precário registro pode nos mostrar:

No momento, o hemisfério sul marciano está visível para nós, terráqueos. E é assim que podemos ver a calota polar do sul, uma manchinha branca. Por que tão pequena? Porque agora está rolando um baita verão no hemisfério sul de Marte e ela reduz muito de tamanho nessa estação do ano.

O polo norte não é visível e num telescópio assim pequeno mal podemos ver os sinais das nuvens brancas que cobrem esse polo (uns meros e suaves pixels brancos). Esse manto de nuvens se dissipará quando chegar a primavera no polo norte (fevereiro de 2021).

Entre os dois polos, meu pequeno telescópio consegue diferenciar as áreas marcadas por rochas expostas (escuras) daquelas marcadas por vastas extensões de areias do deserto (claras).

Pode parecer pouco, mas acho incrível que de maneira amadora, no fundo de um quintal, consigamos enxergar com alguns detalhes um planeta tão longe (e menor que a Terra). Podemos mesmo ver as consequências do verão para o polo sul.

Se algum dia, o ser humano botar os pés em outro planeta … será em Marte. Em dizer que tem gente que acredita que a Terra é plana e desconfia da astronomia …

Ah, compare esse registro com o que eu fiz em 15 de julho de 2018.

Naquela ocasião, uma tempestade de areia histórica varreu o planeta, apagou os detalhes da geografia e ainda matou o rover Opportunity (da Nasa).